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48. CAPÍTULO QUARENTA E OITO

CAPÍTULO QUARENTA E OITO
ato três: o príncipe mestiço

DEPOIS DAQUELA CONVERSA no banheiro Erika e Hermione foram dormir. A Lufa-Lufa levou Hermione de volta ao seu quarto para lhe desejar boa noite com um beijo na testa, mas a morena não tinha intenção de soltá-la, segurando sua mão, olhando para ela como se silenciosamente pedisse para ficar mais um pouco com ela.

O pequeno momento delas teve que terminar quando a exaustão começou a afetar Hermione, fazendo-a bocejar quando seus olhos começaram a se fechar por conta própria. Uma imagem adorável segundo Erika.

Cada uma foi dormir com a mente ocupada com a conversa que teria no dia seguinte, pensando no que dizer, quando dizer o que queria dizer e se perguntando como isso iria terminar.

Erika dormiu encostada na escrivaninha após retirar os lençóis ensanguentados da cama, notando como a mancha dos lençóis foi copiada para o colchão, fazendo-a suspirar de vergonha. Ela colocou os braços sobre a mesa para usá-los como travesseiros e enquanto apoiava a cabeça começou a pensar em como contar para a Sra. Weasley que havia estragado completamente a cama, ela passou por diferentes opções até finalmente adormecer.

Seu sonho foi interrompido quando a porta do quarto se abriu de repente, fazendo-a pular e quase cair da cadeira.

— Eri, é terrível! — o ruivo exclamou entusiasmado assim que pôde ser ouvido. — Hermione...!

Ele não conseguiu terminar a frase quando Erika se levantou e saiu rapidamente da sala. Ela desceu as escadas numa velocidade que nunca imaginou que conseguiria, ignorando completamente o fato de que tinha medo das escadas irregulares dos Weasley. Assim que chegou ao último degrau ela rapidamente procurou a Grifinória, falhando completamente e conseguindo alarmá-la ainda mais. Será que ela estava em seu quarto?

Erika pretendia voltar a subir as escadas, mas parou quando ouviu a voz de Ginny. Ela se aproximou da sala rapidamente, parando abruptamente.

— O que aconteceu com Hermione? — Erika perguntou alarmada, com a respiração agitada.

Molly, Ginny e Harry olharam para ela de forma estranha com sua entrada repentina, os três sentados em uma das poltronas. O olhar de Harry e Ginny caiu sobre Hermione andando de um lado para o outro com os olhos fechados, tentando se acalmar enquanto ela murmurava para si mesma. Erika a analisou confusa por alguns segundos e depois olhou para os outros em busca de respostas.

— Os resultados do NOM chegaram. — o de óculos explicou ao mesmo tempo que mostrou um envelope na mão e depois olhou para a melhor amiga. — Ela está nervosa.

Os ombros da Lufa-Lufa caíram visivelmente enquanto ela suspirava de alívio.

— Ah... Pensei que algo sério tivesse acontecido. — Erika murmurou, passando a mão pelos cabelos.

— Isso é sério! — Hermione exclamou de repente, fazendo Erika pular um pouco, olhando para ela assustada. — São os resultados do NOM, claro que é importante e algo sério!

— Sim, sim, eu sei. — Erika tentou acalmá-la enquanto olhava nervosa para os outros. — Ron chegou ao meu quarto gritando como se algo ruim tivesse acontecido com você...

— Claro que algo ruim aconteceu comigo, tenho certeza que falhei em mais de uma! — as mãos de Hermione se ergueram em exasperação enquanto ela parava de andar e se abraçava. — E sem falar nas transformações...

Erika olhou para Ginny e a ruiva fez uma cara preocupada enquanto lhe entregava o envelope que tinha o nome dela. Ela conseguiu abri-lo, mas, novamente, Hermione a deteve com um grito.

— Não, vamos abri-los juntas! — Hermione gritou de repente e depois grunhiu e retomou sua caminhada. — Ah, tenho certeza que falhei em tudo!

— Pare de exagerar, você certamente obteve pontuações melhores que todos nós. — Ron murmurou, vindo para a sala com as mãos nos bolsos do pijama.

— Cala a boca, Ronald! — Hermione gritou alto, assustando o ruivo e a garota de olhos azuis.

— Sinto muito por te acordar, mas você viu como é. — Weasley sussurrou para Erika quando Hermione virou as costas para eles. — Certamente você pode ajudá-la a se acalmar um pouco.

Erika assentiu e se aproximou da morena com cuidado para não assustá-la. Ela colocou a mão suavemente no ombro dela e percebeu que ela estava tremendo de nervosismo.

— Vamos ver, respire fundo e depois expire lentamente. — Erika murmurou carinhosamente, pegando a mão trêmula da morena. Hermione a ouviu e aos poucos começou a tentar acalmar os nervos. — Perfeito. Quer que eu te acompanhe enquanto você abre o envelope?

— Sim, por favor. — Hermione assentiu enquanto brincava com o envelope nas mãos.

Erika levou-a cuidadosamente até uma das poltronas para que ela pudesse sentar e ler calmamente, longe dos outros. Harry e Ron começaram a abrir seus envelopes enquanto Hermione abria os dela com dedos trêmulos. Ela não pôde deixar de se levantar para ler o pergaminho com atenção enquanto mordia a unha do polegar como um tique nervoso. Erika a observava do sofá, atenta a qualquer reação que ela tivesse.

— Está tudo bem? — a garota de olhos azuis perguntou depois de um tempo e Hermione olhou para ela de uma forma que ela não conseguiu decifrar.

Erika ficou ao lado de Hermione e olhou para o pergaminho ao lado dela. Seus olhos se arregalaram não de surpresa, mas de admiração, percebendo que estava quase perfeito. Nove extraordinários e um supera expectativas em Defesa contra as artes das trevas. Ela olhou para Hermione e percebeu que ela estava olhando para ela com expectativa em busca de sua opinião.

— Não foi tão ruim quanto você pensava. — Erika a assegurou com um pequeno sorriso.

— Não... A verdade é não foi... — Hermione murmurou, seu corpo finalmente parando de tremer. — Acho que é decente.

— Decente? Hermione, você conseguiu nove entre dez extraordinários, e o que não foi foi aquele que superou as expectativas. Acho que é perfeito e demonstra muito bem o seu esforço.

— Achei que ia me sair bem em Defesa Contra as Artes das Trevas...

— Linda, foi perfeita para você. — a Lufa-Lufa assegurou-lhe gentilmente, colocando uma mecha de seu cabelo castanho atrás da orelha. — Acredite, com esses resultados você vai surpreender a todos onde quer que procure trabalho mais tarde, você tem um grande futuro.

— E suas notas?

Erika engoliu em seco e olhou para ela horrorizada e depois olhou para o envelope que tinha o nome dela.

— Tem certeza que quer ver o meu? Garanto-lhe que não será nada parecido com os seus resultados.

Hermione assentiu insistentemente e Erika começou a abrir o envelope para ver o pergaminho.

TÍTULO ESSENCIAL DE MAGIA ORDINÁRIA.

APROVADO: Extraordinário. (E)

Supera as expectativas. (S)

Aceitável. (A)

FALHA: Insatisfatório (I)

Desastroso. (D)

Troll. (T)

RESULTADOS DE ERIKA ANNETTE FRUKKE

Astronomia: I

Cuidado de criaturas mágicas: E

Encantos: S

Defesa contra as artes das trevas: S

Estudos Trouxas: S

Herbologia: A

História da magia: T

Poções: S

Transformações: A

Erika fez uma careta ao ler os resultados, para ser sincera, ela pensou que teria sido pior. Pelo menos ela conseguiu um Extraordinário, certo? E ela só foi reprovado em duas matérias, uma delas não sendo Estudos dos Trouxas como ela temia. Erika olhou para Hermione e percebeu a descrença nos olhos dela.

Merlin, deve ter sido um pesadelo para a Grifinória.

— Eu pensei que tinha me saído pior nos Estudos dos Trouxas. — comentou tentando saber o que se passava na cabeça da morena.

— Este ano você vai iniciar um plano de estudos desenhado por mim. — Hermione murmurou monotonamente com o olhar fixo no pergaminho de Erika. — Você perdeu duas matérias, mas tem Transfiguração passável, você vai tentar falar com McGonagall para que ela possa te dar um exame especial porque você realmente quer fazer a matéria dela.

— Mas...

— Não vou deixar você ter outro Troll, Erika!

— Ouvi dizer que Erika tem um Troll? — Ron se aproximou curioso, pegando o pergaminho da Lufa-Lufa. — Merlin, você é péssima em História. — ele comentou zombeteiro, ganhando um golpe de Hermione.

— Não ria dela, Ron! — a morena repreendeu, tirando o pergaminho do amigo abruptamente. — Ela só precisa aprender a se esforçar mais nos estudos.

Erika fez uma cara um pouco ofendida antes de pegar o pergaminho das mãos de Hermione.

— E você? — Erika perguntou olhando na direção de Ron.

— Eu não falhei em nada, mas Harry foi reprovado em História da Magia assim como você. — o garoto comentou enquanto olhava para o pergaminho de Hermione. — Nove extraordinários?!

Ginny imediatamente se aproximou para olhar os resultados da morena sem acreditar, os dois começando a discutir sobre o quão difícil poderia ser alcançar esses resultados enquanto os comparavam com os outros três.

Enquanto os dois irmãos conversavam sobre NOMs, Hermione viu como um arrepio percorreu o corpo da garota mais alta. Ao observá-la com atenção, percebeu que ela estava de pijama, com os cabelos completamente desgrenhados e descalça sobre os ladrilhos de cerâmica.

— Você vai pegar um resfriado se ficar descalço depois de se levantar. — Hermione murmurou, fazendo Erika olhar para seus pés.

Foi então que Erika percebeu que, de fato, ela havia descido descalço. Erika saiu da sala sem pensar quando ouviu a urgência na voz de Ron, não tinha tempo a perder se preocupando com sapatos. Ela também não arrumou o cabelo e desceu de pijama, comparada a Hermione que provavelmente acordou cedo, se arrumou e cheirava muito bem.

Certamente ela cheirava horrível.

— Só saí rapidamente porque Ron me contou que algo tinha acontecido com você. — ela explicou envergonhada enquanto arrumava o cabelo sem jeito. — Já volto.

E com isso ela correu para o quarto.

Ela tomou um banho e vestiu uma roupa confortável. Enquanto ela se trocava, ela notou a pilha de lençóis manchados de sangue que havia deixado na noite anterior e suspirou cansada, ainda precisava conversar com Molly sobre o ocorrido. Desceu ao primeiro andar com os lençóis nos braços, descendo as escadas com cuidado e lentamente tentando ver onde estava pisando. Quando ela chegou à cozinha, percebeu que Charlie estava acordado e tomando café da manhã enquanto Molly guardava algumas coisas.

– Bom dia, Eri. — Charlie cumprimentou com um sorriso, olhando para os lençóis. — Não me diga que você fez xixi na cama.

— O que você está dizendo?! — Erika reclamou ao sentir suas bochechas queimarem, ouvindo a risada zombeteira do Weasley mais velho. — Sra. Weasley... Sinto muito, mas ontem à noite tive um sangramento nasal horrível e estraguei os lençóis.

Molly se virou imediatamente ao ouvir o que aconteceu e o tom culpado na voz da menor. Ela se aproximou dela rapidamente, pegando os lençóis nas mãos para deixá-los no chão e focar em Erika.

— Você está bem? — com preocupação ela começou a olhar para o rosto de Erika em busca de algum ferimento ou algo assim.

— Eh... Estou, mas o sangue foi para o colchão e...

— Isso pode ser limpo! — Molly a interrompeu imediatamente. — Manchas difíceis saem com feitiços específicos, o importante é que você esteja bem. Não foi seu pai?

Erika ficou surpresa por alguns momentos, ela esperava uma bronca ou algo parecido de Molly, mas se ela pensasse nisso era impossível. Era Molly Weasley, ela não ficaria brava com ela por algo que não conseguia controlar.

Erika ainda precisava se acostumar com isso.

— Não, não. Ele não está envolvido... — Erika murmurou, observando Charlie se levantar e levar os lençóis para outro lugar.

Molly acariciou o rosto de Erika com amor enquanto seu olhar se suavizava com carinho.

— Se algo assim acontecer com você novamente, não hesite em me acordar, ok? — Molly pediu a ela enquanto Charlie voltava de mãos vazias. — Danielle nos mencionou que você poderia sofrer alguns efeitos colaterais com o supressor, especialmente se você estiver tomando há apenas alguns dias.

— Ela mencionou alguma para você?

— Ela tem estado muito ocupada... Qualquer coisa que seja estranha para você provavelmente é um efeito colateral. Então, assim que você sentir algo estranho em você, me avise para que possamos resolver.

Se eles falavam sobre se sentirem estranhos, essa era a verdade há muito tempo. Ela se sentiu estranha porque sabia por que ela estava ali, parada na sua frente. Desde que ela descobriu a profecia e o fato de ser considerada uma arma.

Desde que ela percebeu que não conseguiria viver uma vida pacífica porque estava presa às ameaças do pai.

Erika se arrependeu de não ter ouvido Danielle no ano passado e de não ter aproveitado mais a vida escolar antes de descobrir a verdade.

O dia passou rápido, o que mais se falava eram os resultados do NOM e Ginny começava a ficar um pouco mais nervosa com o que estava acontecendo com ela depois de ouvir Bill falar sobre um conhecido que fracassou muito e depois desapareceu completamente em busca de trabalho no Beco do Tranco.

Ao cair da noite, depois do jantar, ouviram-se batidas suaves na porta do quarto onde Erika estava hospedada. Ela parou de reler os resultados dos NOMs e levantou-se da mesa para abrir a porta, esbarrando em Hermione sorrindo timidamente para ele.

— Olá. — Hermione cumprimentou, brincando nervosamente com uma mecha de cabelo. — Achei que seria um bom momento para... Sabe, conversar.

— Claro! Entre, entre. — a garota de olhos azuis se afastou para que Hermione pudesse passar. — Desculpe, eu estava com a cabeça em outro lugar. Você se sente mais tranquila com seus resultados? — Erika perguntou enquanto fechava a porta, notando como Hermione começou a ler o pergaminho de resultados sobre a mesa.

— Sim, embora agora eu queira saber o que errei na Defesa para que o mesmo não aconteça com meus NIEMs. — Hermione murmurou, olhando para os resultados da Lufa-Lufa com cara feia. — Não acredito que você falhou terrivelmente em História da Magia quando eu te ajudei algumas vezes no quarto e quinto ano, isso me dá vontade de te bater agora.

Erika engoliu em seco e sua mão instintivamente foi para o pescoço com um pouco de medo.

Elas permaneceram em silêncio por um momento, ambas tentando encontrar as palavras para iniciar a conversa que tinham pendente. Elas não sabiam como começar, pois não sabiam sobre o que deveriam falar.

— Você não quer mais ficar comigo? — a Grifinória perguntou de repente com o olhar ainda no pergaminho sobre a mesa. Erika baixou os ombros ao ouvir aquela pergunta ao mesmo tempo em que Hermione parou de olhar o pergaminho para olhar nos olhos dela. — Você escondeu coisas de mim, você me recusou um beijo... Pensei no que você queria me dizer no momento era sério.

— Era. — Erika respondeu imediatamente, com um toque de desespero na voz. — Foi muito sério. Eu sei que escondi coisas de você, sei que recusei um beijo, mas... Tudo tem sido um turbilhão depois de tudo o que aconteceu. Comecei a pensar em tantas coisas...

— Entre eles, fugir de mim. — murmurou Hermione com uma risada triste.

Erika suspirou magoada e se aproximou dela para pegar sua mão, fazendo o olhar abatido da morena pousar em seus olhos que a observavam com ternura.

— Não é isso, querida. — Erika assegurou-lhe cuidadosamente. — Eu só procuro proteger você.

— Esconder de mim algo de vital importância sobre você é sua maneira de me proteger? — Hermione perguntou bufando, cruzando os braços enquanto seu rosto endurecia um pouco. — Você não confia em mim?

— Hermione, confio em você toda a minha vida. — Erika deixou escapar, fazendo com que as bochechas da morena ganhassem uma cor avermelhada pela confiança com que aquelas palavras saíram de sua boca. — Está além de mim não mencionar meu confinamento ou o supressor, é sobre eu ser potencialmente perigosa para as pessoas que eu amo.

— Erika, você não é...

— Eu sou, não quero discutir isso agora. — Erika imediatamente decretou séria, ganhando um olhar feio de Hermione. — O que quero dizer é que não quero colocar você em perigo, estar comigo é estar em perigo.

A Grifinória olhou para ela irritada, com a testa completamente franzida cheia de indignação e dor. Seus punhos cerrados tentando encontrar as palavras em sua boca.

— Seu plano maravilhoso então era fugir de mim sem me contar nada? Me deixando infeliz e questionando tudo o que passamos? — Hermione perguntou, sua voz aumentando de tom a cada palavra. — Você está dizendo que está me afastando porque se considera perigosa e me protege, mas em nenhum momento eu pedi para você me proteger.

— Hermione...

— Eu não terminei. — Hermione a interrompeu severamente. — Você não pode vir e decidir coisas sobre mim. Não sou uma garotinha que precisa de proteção, sou uma adolescente que toma suas próprias decisões. Eu sei o risco que existe em me relacionar com você de alguma forma, eu sabia disso desde que descobri que seu pai era um Comensal da Morte e ainda assim meus sentimentos não mudaram. — seus braços deixaram de ser cruzados para cair ao lado do corpo. — Eu escolhi continuar com isso apesar de tudo porque eu te amo. Não quero que você passe por tudo isso sozinha, Erika.

—Isso é mais do que meu pai ser um Comensal da Morte, Hermione. Eu sou uma pessoa perigosa, o ministério decretou assim. Eles sabem que os Comensais da Morte estão procurando tudo o que querem de mim e é por isso que colocaram o supressor em mim. — Erika falou com desespero.

— Você acha que eu também vejo você como alguém perigoso? — a morena murmurou, irritada. — Erika, eu me preocupo muito com você. Afastar-me de você não vai resolver nada, você vai fazer minha preocupação dobrar.

— Não torne isso mais difícil para mim...

— "Tornar isso mais difícil para você"? Tem que ser fácil para você e difícil para mim? — Hermione perguntou com total indignação. — Não é assim que as coisas funcionam, Erika. Não posso simplesmente deixar você me levar para longe porque acha que está me colocando em perigo.

— Não quero te afastar, ok? É só que... Preciso de um tempo sozinha. — Erika murmurou, lançando a Hermione um olhar que a ajudou a entender o que queria dizer.

— Oh...

Erika assentiu, suspirando pelo nariz, Hermione engoliu em seco enquanto desviava o olhar nervosamente, tentando não pensar demais no que realmente estava acontecendo.

— Tudo o que aconteceu em pouco tempo me fez pensar em outro lugar. — Erika começou a falar, sentando na beirada da cama quando sentiu as pernas fracas. — Entre o que acontece comigo tentando entender o que carrego dentro de mim e sabendo que meu pai pode fazer outra coisa contra mim... Estou caos, Hermione. — sua cabeça caiu, curvada, como se estivesse se rendendo. — Não quero ser um fardo para você. Não quero que tenhamos um relacionamento em que você esteja preocupada comigo enquanto eu estou pensando em outro lugar, você não merece isso.

Hermione se aproximou dela, agachando-se. Suas mãos pegaram as mãos de Erika que caíam fracamente sobre seus joelhos e as acariciaram com cuidado.

— Mais uma razão para não me afastar, querida. — a morena implorou. — Você não é um fardo, não me incomoda saber que você precisa do seu espaço, eu entendo perfeitamente, mas não me afaste de você e espere que eu ignore o fato de que o ministério colocou uma runa desconhecida em seu corpo sem lhe explicar nada, ou ignore que seu pai está atrás de você porque para ele você é simplesmente um experimento em vez da filha maravilhosa que ele tem.

— Não vou me afastar de você, é só um tempinho até que alguma coisa, qualquer coisa, se acalme. — Erika murmurou em voz baixa.

— Até se acalmar? Eri, não sabemos quanto tempo isso vai demorar. Tudo o que está a acontecer, esta guerra, é imprevisível. Não sabemos quando algo ficará calma, se algum dia acontecer.

Erika olhou para cima e o coração de Hermione apertou. Ela parecia miserável, cansada. Ela podia ver nos olhos dela como tudo o que estava acontecendo a estava comendo viva por dentro, que ela realmente precisava processar tudo do seu jeito e que ela honestamente não queria incomodar absolutamente ninguém. Não era algo pessoal da Grifinória, era algo geral.

Erika Frukke não queria machucar ninguém com suas batalhas internas.

— Respeito sua necessidade de querer um tempo para ficar sozinho, mas só quero que você me prometa uma coisa, por favor. — Hermione perguntou baixinho, e Erika assentiu fracamente. — Não pare de falar comigo, não me deixe completamente fora da sua vida, por favor. Eu me sentir horrível quando você escondeu coisas de mim, se você não falar comigo o ano inteiro eu vou desmoronar completamente.

— Eu nunca pararia de falar com você, Hermione. — Erika assegurou-lhe, sua voz, embora determinada, mostrava um toque de fragilidade. — Sinto muito por ter dificultado as coisas entre nós...

— Você não tem nada pelo que se desculpar, Eri. — a voz da Grifinória a acalmou gentilmente. — Insisto que nada do que está acontecendo é culpa sua. Você não deve se sentir culpada pelas ações do seu pai ou pelo que está acontecendo com você, não quero que você carregue uma culpa que não lhe pertence.

— Desculpe... — em um sussurro Erika desviou o olhar, escondendo as lágrimas que começavam a se acumular no canto dos olhos. — Se eu fosse mais forte... Talvez eu pudesse ter resolvido tudo isso mais rápido, eu não estaria fazendo você passar por isso...

— Por favor, não diga essas coisas sobre você. — Hermione pediu com urgência. — Erika, milhares de coisas aconteceram com você ao mesmo tempo e em pouco tempo ninguém reage como esperado. Você é forte, mais do que pensa, senão não estaria aqui comigo falando sobre isso. Você não pediu nada do que aconteceu, você tem todo o direito de se sentir sobrecarregada.

— Sinto muito... — as lágrimas começaram a cair e Hermione conseguiu abraçá-la com força, acariciando seus cabelos.

A Lufa-Lufa chorou silenciosamente ao lado da Grifinória, não era uma decisão que deixaria as duas felizes, mas Hermione entendeu e respeitou para onde estava indo seu pensamento. Ela não poderia forçá-la a começar algo quando ela ainda tinha que resolver seus problemas internos que eram muitos para processar em pouco tempo.

Embora, é claro, Hermione não pudesse deixar de sentir o medo de que Erika nunca alcançasse a paz que busca para si ou para os outros, deixando o relacionamento delas em um limbo de tudo ou nada. Mesmo assim, ela tinha fé que tudo se resolveria, que elas ficariam juntas e que a menina de olhos azuis conseguiria organizar seu interior.

Erika beijou a têmpora de Hermione, seu rosto permanecendo ali por alguns segundos com os olhos fechados, totalmente inconsciente de como o ar da morena ficou estagnado em sua garganta por alguns segundos ao mesmo tempo que nascia a necessidade de querer beijá-la.

Hermione se afastou um pouco do abraço e olhou para ela, percebendo que a necessidade era mútua assim que seus olhares se encontraram.

Erika levantou-se abruptamente e seus lábios se juntaram aos de Hermione como ímãs, atraídas pela necessidade de transmitir tudo o que não conseguiam verbalizar no momento. Amor, compreensão e gratidão, tudo misturado em um beijo lento, totalmente diferente dos outros que compartilharam anteriormente. Seus lábios se moviam suave e cuidadosamente, tentando memorizar cada segundo daquela valsa em que estavam.

A necessidade naquele beijo era a prova do quanto elas sentiam falta uma da outra, do quanto se amavam e também, claramente, do quanto precisavam uma da outra. As mãos de Erika foram até a cintura de Hermione para puxá-la para si, fazendo Hermione soltar um pequeno barulho de surpresa assim que seu torso colidiu com o da garota mais alta. As mãos da morena foram até o rosto da Lufa-Lufa, acariciando sua bochecha suavemente.

Um suspiro de Erika foi ouvido assim que a mão de Hermione desceu de sua bochecha até seu pescoço, permanecendo ali por alguns segundos enquanto ela acariciava delicadamente a pele daquela região e depois foi até sua nuca para aprofundar ainda mais o beijo.

Hermione queria ouvir mais daqueles suspiros em algum momento, queria sentir aquela sensação explosiva novamente.

Mas tinha que ser outra hora.

Porque Hermione teria outro momento.

Elas se separaram lentamente com a respiração pesada, os rostos completamente vermelhos e os lábios a poucos centímetros uma da outra. Elas se olharam nos olhos por um tempo, ambos os olhares insinuando que sentiram a mesma coisa. Tinha sido diferente, tinha sido novo, mas elas ainda não conseguiam entender por quê.

— Posso dormir aqui hoje? — Hermione perguntou de um momento para o outro, fazendo o rubor da menina subir até a ponta das orelhas, sugerindo como aquela pergunta poderia ser mal interpretada. — Não... Assim não...

— A-Ah... — a garota de olhos azuis gaguejou após engolir saliva, seu olhar ainda fixo nos lábios do Grifinório. — Sim, suponho que sim.

Hermione sorriu timidamente, acariciando lentamente os cabelos da nuca de Erika.

— Vou pegar minhas coisas e me trocar. — Hermione murmurou, finalmente se separando do aperto da garota mais alta.

Erika assentiu completamente atordoada, observando Hermione sair da sala com o rosto completamente vermelho.

Assim que a porta se fechou ela soltou um suspiro profundo e sentou-se na cama enquanto seus dedos caíam sobre os lábios enquanto se lembrava do beijo, da sensação dos lábios frescos de Hermione. Tinha sido diferente, parecia diferente, seu... Corpo parecia diferente. Ao sentir a mão fria de Hermione em seu pescoço, ela não sabia se aquele suspiro involuntário era devido ao contraste de temperatura entre a mão da morena e sua pele, mas ela não ia negar que tinha sido uma experiência bastante agradável.

Naquela noite elas dormiram enroladas enquanto conversavam sobre coisas triviais, ignorando tudo o que aconteceria nos dias seguintes, focando no que era mais importante para elas naquele exato momento.

A outra.

________________

As semanas passaram rápida e pacificamente para todos. Os pesadelos de Erika haviam parado assim como seu sangramento repentino enquanto ela dormia, ela não sabia se era o supressor fazendo seu trabalho ou se seu pai realmente havia parado de incomodá-la depois de tanto.

Após a conversa com Hermione, as duas voltaram ao normal. Embora, é claro, elas não pudessem deixar de flertar uma com a outra de vez em quando. Elas ainda gostavam uma da outra e sabiam que era mútuo, não perderiam a oportunidade de flertar secretamente de vez em quando para evitar perguntas.

Certa manhã, enquanto tomavam o café da manhã, corujas com letras no focinho apareceram na cozinha dos Weasley. Molly pegou os cinco envelopes e distribuiu-os um por um. Depois de aberto, era possível ler que se tratava da lista de suprimentos para o ano novo de Hogwarts.

— O que é isso? — Erika ouviu Ron perguntar surpreso ao ver como caiu um distintivo da carta de Harry.

Erika, que estava sentada do outro lado de Harry, olhou para ver do que se tratava. Ela, Harry e Ron ficaram surpresos ao ver que aquele de óculos havia sido promovido a capitão do time de Quadribol da Grifinória.

— Eu não acredito! — exclamou o ruivo espantado. — Você é o capitão!

Harry começou a sorrir enquanto pegava o distintivo entre os dedos e o lia com atenção. Ele imediatamente se virou para olhar para Erika, como se esperasse que ela dissesse alguma coisa.

— O que?

— Você também, certo?

— Eu o quê?

Harry revirou os olhos brevemente e mostrou-lhe o distintivo.

— Você também é a capitã, certo? Summerby estava na sétima série no ano passado.

A Lufa-Lufa balançou a cabeça e mostrou o envelope vazio para o menino. Todos na mesa ficaram surpresos e confusos com isso, pensaram que Erika seria a capitã do time da Lufa-Lufa, já que Cedric pretendia que ela fosse sua sucessora antes de falecer.

— Se não você, então quem? — Ginny perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Possivelmente Ernest. — ela murmurou, percebendo que havia um segundo envelope para ela.

Seu rosto ficou sério assim que leu quem havia enviado a segunda carta.

Alex Scamander.

Assim que leu o nome bufou incrédula, não acreditou na coragem do primo em escrever para ela pensando que queria ler as bobagens que diria para se justificar depois de quase condená-la à morte. Sem pensar, dobrou o envelope e guardou-o completamente intacto.

— Iremos no sábado comprar tudo. — Molly disse com uma das cartas na mão.

— Podemos ir cumprimentar Fred e George? — Ginny perguntou animada.

— Claro, se vocês se comportarem bem.

Quando chegou o sábado, eles finalmente pisaram no Beco Diagonal. Ao contrário dos anos anteriores, não se viam muitas pessoas nas ruas ou nas lojas, todos estavam com medo do que estava acontecendo ultimamente com os Comensais da Morte e de como a palavra de Lord Voldemort foi aos poucos ganhando mais adeptos. Era quase acinzentado, sem graça, mas quando se aproximaram da loja de Fred e George notaram que era o único lugar colorido e alegre.

Os cinco entraram na loja e ficaram surpresos ao ver tanta gente. Era como se as pessoas que deveriam estar do lado de fora estivessem reunidas dentro da tenda dos gêmeos. Alguns fogos de artifício explodiram, algumas crianças vomitaram num caldeirão perto de uma escada em espiral, outras riram ao ver um deles flutuando como um balão. Foram diversos itens e decorações que causaram uma sensação de felicidade e risadas.

A multidão mal os deixou andar, a ponto de se separarem sem perceber. Hermione e Ginny de um lado enquanto Harry, Ron e Erika do outro.

Erika parou ao ver um pequeno cercado de vidro onde podiam ser vistos Puffskeins em miniatura correndo sob o olhar terno de vários clientes. Ela não pôde deixar de sorrir, incrédula, os gêmeos realmente conseguiram fazer Micropuffs sem parecerem estranhos ou doentes.

— Que bom que foi a primeira coisa que você viu! — a voz de Fred foi ouvida atrás deles. — Eles são um sucesso!

Eles se viraram e viram Fred sorrindo para eles enquanto vestia um terno digno de apresentador. Ele deu a cada um deles um aperto de mão firme em saudação, abraçando Erika com força quando chegou a vez dela.

— Fico feliz em ver que deu certo para vocês. — a Lufa-Lufa sorriu cheia de felicidade.

— E como não? As notas que você nos deixou foram essenciais, não teria sido possível sem você. — o mais velho concordou enquanto procurava algo nos bolsos. — Combinamos que lhe daríamos parte do dinheiro daqueles que foram vendidos, vamos ver...

— Não, o que há de errado com você?! — Erika exclamou animada. — Você não deveria me dar dinheiro, eu não preciso!

— Que problema. — Ron murmurou divertido enquanto a garota de olhos azuis e seu irmão discutiam sobre sua parte no dinheiro.

— O que é isso? — Harry perguntou apontando para uma prateleira específica.

— Truques de mágica trouxas. — Fred explicou com entusiasmo, deixando a discussão com Erika de lado. — São novos embora poucos os comprem, na minha opinião são um tanto chatos mas cada um tem sua forma de entretenimento. Olhe só, é pó de escuridão instantâneo! Importado do Peru. — comentou entusiasmado, aproximando-se de uma espécie de pedra preto-azulada. — É bastante útil se você quiser fazer uma fuga rápida.

— E não se esqueça de mostrar a linha de escudos! — George disse, aparecendo de repente. — Olá, pessoal. São só vocês três?

— Hermione e Gina se perderam no meio de tanta gente. — Harry comentou, sem dar muita importância.

— Ah, elas devem estar conhecendo a linha de produtos Wonderbruja! — Fred exclamou, olhando para onde estava a estante. Na verdade, Hermione e Ginny estavam lá. — Uau, elas estão olhando as poções do amor. — ele cantarolou.

George sorriu maliciosamente e apareceu ao lado das meninas sob o olhar surpreso dos três restantes.

— Acho que nenhum de nós precisa de um. — Fred comentou, movendo as sobrancelhas na direção de Erika.

— O que você está falando?

Harry e Ron reviraram os olhos com a pergunta, Erika poderia ser muito estúpida quando pretendia ser.

— Vimos Ginny em um encontro com Luna Lovegood ano passado, elas estavam de mãos dadas e tudo mais. — o ruivo disse levantando os ombros e depois passando o braço pelos ombros de Erika, atraindo-a. — E nós sabemos que você e Hermione tem algo.

A garota de olhos azuis corou e olhou na direção da morena que também ganhava cor nas bochechas, coincidentemente olhando para ela, seu rubor aumentando.

— Alguma coisa assim... — Erika murmurou, desviando o olhar. — E eles funcionam?

— Claro! Duram um tempo limitado e a intensidade depende da beleza da outra pessoa. — Fred explicou. — Claramente você não precisa disso.

Erika sorriu timidamente enquanto olhava para Hermione e Ginny, que estavam se afastando de George com os rostos completamente vermelhos. Era óbvio que o outro gêmeo teve uma conversa semelhante à que Fred teve com elas.

As pessoas começaram a se dissipar ao redor deles enquanto as duas meninas desciam as escadas com a intenção de encontrar seus amigos. Erika sorriu enquanto Hermione ria enquanto observava Ginny apontar para o brinquedo Umbridge que estava se equilibrando em uma corda no teto enquanto balbuciava sobre ordem e respeito.

Pelo canto do olho ela conseguiu ver um garoto loiro de cabelos curtos e cacheados olhando na direção deles. Ele estava ao lado de outros meninos que riam de uma das piadas mas tinha o olhar fixo nas meninas que agora caminhavam em sua direção.

Não, ele não estava olhando para as outras duas. Ele estava olhando para Hermione.

A testa de Erika franziu profundamente, e quem era? Por que ele estava olhando para Hermione como se ela fosse a coisa mais interessante do mundo?

Bem, era a coisa mais interessante do mundo, mas para ela. Não para um garoto estúpido.

Assim que Hermione chegou ao seu lado, ela agarrou sua cintura para mudar de lado e bloquear a visão do garoto desconhecido. A morena olhou para ela confusa mas não reclamou nada.

— Você viu os micropuffs? — Erika perguntou, passando o braço da cintura de Hermione para o lado para encostar na borda do cercado, bem perto.

— Eh... N-não... — a Grifinória hesitou um pouco nervosa.

— Eles são adoráveis! — Ginny exclamou se aproximando do pequeno curral. — Era nisso que você estava trabalhando com Fred e George?

— Sim, fiz o guia de cuidados básicos e possíveis perigos. — Erika explicou olhando com um sorriso para os micropuffs que se aproximavam de onde Ginny as chamava. — Coloquei todos os possíveis problemas e suas soluções, para que não perdessem tempo procurando quando a solução pudesse estar em uma das páginas do caderno que lhes dei.

Hermione olhou para ela com olhos brilhantes enquanto ela falava, sentindo suas bochechas esquentarem só de ouvi-la falar sobre seu trabalho nos bastidores ajudando os gêmeos com as micropuffs. Ela conseguiu ver o brilho especial que aparecia nos olhos de Erika toda vez que ela falava de algo que gostava e aquele sorriso torto e cheio de confiança que ela tinha de vez em quando, um sorriso que ela queria apagar com um beijo.

Mas ela teve que se conter um pouco.

— Sim, você é incrível. — murmurou Hermione, acariciando sua bochecha com carinho, notando como ela ganhava uma cor carmesim com apenas um leve toque.

— S-sim... Acho que estou. — Erika riu nervosamente, desviando o olhar com vergonha.

Foi nesse momento que seu olhar pousou em uma das janelas. O Beco Diagonal ainda estava vazio, exceto por uma silhueta que estava parada a poucos metros de distância, olhando para ela com aqueles orbes verdes que conseguiam brilhar de uma forma ou de outra.

Erika imediatamente se endireitou em defesa, olhando para as outras caso alguém tivesse notado a presença de Nathaniel fora da loja, mas ninguém disse nada. Ninguém havia notado. Quando seu olhar voltou para a mesma janela não havia ninguém, o mesmo Beco Diagonal vazio de sempre.

— Eu voltarei. — a garota de olhos azuis murmurou cuidadosamente ao que as outras assentiram.

Ela caminhou rapidamente em direção à saída, passando pelas pessoas com cuidado. Exceto quando ela passou pelo garoto loiro de cabelos cacheados que olhava para Hermione, carregando-o com o ombro empurrando-o levemente.

— Ei, o que há de errado com você?! — o garoto afirmou, olhando para ela irritado.

— Tome cuidado. — Erika disse bruscamente e com um olhar duro e depois continuou caminhando em direção à saída.

Assim que saiu, correu para onde tinha visto a figura de seu pai, mas não havia absolutamente ninguém. Ela olhou para o chão desesperadamente em busca de uma pista, caminhou até os becos próximos quase chegando ao Beco do Tranco para ver se conseguia ver uma figura passando, mas nada.

A ferida do supressor começou a queimar e ela se sentiu um pouco tonta. Ela teve que se segurar em uma parede próxima para recuperar o fôlego, para que sua visão parasse de ficar embaçada. Ela realmente tinha visto seu pai ou o estava confundindo com outra pessoa?

Erika olhou para a parede onde viu um pôster de PROCURADO. Bem, um dos milhares de cartazes que foram fixados na parede. Fenrir Greyback, Bellatrix Lestrange e muitos mais. Mas o que mais chamou a atenção de Erika foi aquele em que sua mão descansava.

SOFIA YAXLEY

Sophie Yaxley é uma fugitiva de Azkaban. Condenado por tentativa de homicídio. Relacionado à magia negra.

ABORDE COM EXTREMO CUIDADO!!!

Erika olhou para a imagem que mostravam de Sophie, seus cabelos longos um tanto bagunçados, um rosto chato e um sorriso confiante, como se ela não estivesse interessada em estar ali. Como se ela não tivesse se arrependido de ter tentado matar Nathaniel Frukke.

Erika não podia deixar de querer saber mais sobre ela, sobre seu irmão Noah e o relacionamento que os dois irmãos tinham com Danielle. O que aconteceu para sua irmã ignorá-los completamente?

De repente, ela sentiu alguém agarrá-la pela gola da camisa e levá-la para uma passagem escura próxima. Imediatamente sua mão foi pousar na varinha que estava em seu bolso, mas parou quando reconheceu o caro perfume de rosa que a envolvia.

— O que você está fazendo aqui?! — Pansy Parkinson perguntou em um sussurro alarmado.

— Estou fazendo compras, o que mais? — a Lufa-Lufa sussurrou de volta, libertando-se bruscamente do aperto de Parkinson. — Não posso ir às compras agora?

— Claro que pode, mas não perto do Beco do Tranco! — ela a repreendeu obviamente. — É perigoso.

— Você viu meu pai por acaso?

— Graças a Merlin não o encontro há todos esses dias. — a garota murmurou revirando os olhos em aborrecimento. — Por quê? Ele te incomodou de novo?

— Não. Bem, acho que vi ele recentemente aqui perto. — Erika apontou para onde ela estava segundos atrás, observando enquanto bruxos suspeitos passavam em direção ao Beco do Tranco. — O que você está fazendo aqui? Você estava indo para Knockturn Alley, certo?

Pansy agarrou o braço de Erika e a conduziu pela passagem, longe de qualquer olhar.

— Seu pai está ocupado com outras coisas agora. — Pansy disse olhando para o outro lado de vez em quando. — Olha, ninguém deve te ver. Se eles te virem, eles te levam embora e você vira comida de cobra.

— O que diabos está acontecendo? — franzindo a testa, a garota de olhos azuis tentou observar Pansy com atenção. Ela estava com uma maquiagem sutil e um elegante vestido escuro, mas diferente da última vez, tinha mangas compridas. — Tem a ver com o que você mencionou na casa do pai? Sobre uma reunião em outro mês.

— Como odeio sua memória estúpida. — a Sonserina afirmou, batendo no braço da garota. — Sim, Draco e eu já temos problemas suficientes sem que eles te vejam agora.

— Draco e você?

— Claro, porque eles fizeram Drac... — ela parou, abrindo os olhos alarmada com o olhar confuso da Lufa-Lufa. — Vá embora, ok?

— Pansy? — a voz de Draco ecoou no pequeno trecho deixando os dois tensos. O loiro olhou para elas, levantando uma sobrancelha curiosa. — Eu deveria perguntar por que Frukke está aqui, mas minha dúvida é mais sobre por que vocês estão tão próximas.

Pansy e Erika se entreolharam com desgosto e saíram rapidamente. O menino olhou para todos os lados, sentindo como se alguém, ou mais que alguém, estivesse atrás dele.

— O que vocês dois estão fazendo? — Erika perguntou desconfiada. — Vejo muitos rostos conhecidos passando de forma suspeita.

— E o que isso importa para você? — Draco repreendeu, aproximando-se de forma ameaçadora do Lufa-Lufa, que era mais baixa que ele. — Você e sua família boba nunca se cansam de tornar nossas vidas miseráveis.

— Draco. — Pansy tentou se acalmar.

— Se você tivesse sido um pouco mais esperta quando deveria, talvez nada disso estivesse acontecendo. — Draco rosnou, a visão do garoto caindo para seu próprio antebraço instintivamente.

— Draco!

Draco franziu a testa e deu um empurrão em Erika para fazê-la se mover.

— Saia, Frukke.

E com isso o garoto começou a caminhar sob o olhar preocupado de Pansy.

— O que diabos há de errado com você? — Erika perguntou irritada, observando o loiro caminhar, tentando segui-lo.

— A situação é complexa, certo? — Pansy defendeu, pegando seu braço esquerdo para detê-la. — Não faça nada estúpido e vá embora.

Erika franziu a testa e tirou o braço do alcance do sonserino com força. Ela não entendia o que diabos estava acontecendo e por que Malfoy estava tão chateado com ela.

— Não tenho um bom pressentimento sobre isso, tome cuidado. — Erika pediu a Pansy antes de voltar para a loja dos Weasleys.

Quando Erika chegou na loja começou a procurar os outros entre o mar de gente, encontrou Ginny conversando com uma de suas amigas e se aproximou para perguntar onde estava Hermione. A ruiva confusa disse a ela que estava com ela há alguns segundos e a Lufa-Lufa não pôde deixar de ficar nervosa. Erika andou pela loja várias vezes até considerar que talvez eles tivessem ido ver outras lojas nas redondezas.

Enquanto caminhava pelo beco, ela conseguiu ver a loja destruída de Olivaras. Ela não tinha nenhuma restrição de acesso como Dumbledore havia mencionado a Lupin e Danielle, o que lhe parecia estranho. A menos que conseguissem o que precisavam, o local deveria permanecer fechado.

Erika olhou novamente na direção do Beco do Tranco e por inércia sua mão foi para o peito. Ela quase desmaiou com a queimação, mas não entendeu por que, seu pai teve algum efeito sobre isso? Se realmente fosse seu pai que ele tinha visto.

Alguns minutos se passaram até que ela finalmente viu o trio dourado entrando no Weasley's Wheezes, onde Molly começou a repreendê-los por não os ver em lugar nenhum há algum tempo. Era perigoso para qualquer um ficar sozinho vagando por qualquer lugar.

Eles voltaram para a toca depois de terem tudo pronto. Eles ficaram em um estranho silêncio durante o jantar, Erika estava perdida em pensamentos sobre a aparição de seu pai no Beco Diagonal e sua conversa com Pansy e Draco, ignorando os olhares que Harry lançava para ela de vez em quando.

Molly mandou todos dormirem cedo para que não tivessem problemas por mais alguns dias quando voltassem para Hogwarts. Eles obedeceram em silêncio, exceto Bill e Charlie que notaram o comportamento peculiar das crianças assim que voltaram para casa.

Erika fechou a porta do quarto e sentou-se na beira da cama, ainda com a cabeça em outro lugar.

O que diabos eles iriam fazer naquela reunião sobre a qual Pansy a avisou há mais de um mês? Foi por isso que Draco estava mais chateado com ela do que de costume? Não era culpa dela que Lucius estivesse em Azkaban, se ele tivesse sido tolo o suficiente para ser pego, isso já estava fora de seu controle.

Ela não pôde deixar de sentir um arrepio assim que pensou nisso, parecia algo que seu pai diria.

Uma batida suave em sua porta ressoou antes de ela se abrir suavemente, os cabelos ondulados de Hermione espiaram timidamente, procurando pela garota de olhos azuis com seu olhar. Erika olhou para ela com curiosidade, inclinando levemente a cabeça.

— Já estou batendo há algum tempo, está tudo bem? — Hermione perguntou, entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

— Sim, desculpe, eu estava perdida em minha mente. — Erika bagunçou os cabelos com um pouco de frustração. — Tem algo errado?

—Se você quiser ficar sozinha podemos conversar amanhã. — a morena ofereceu gentilmente ao ver o quão constrangida a Lufa-Lufa estava.

— Não, não. Entre, por favor. — Erika insistiu, levantando-se com um pequeno sorriso.

Hermione assentiu e entrou timidamente na sala, fechando a porta com cuidado. Ela caminhou até a cadeira da escrivaninha e sentou-se, olhando para Erika com um sorriso.

— O que você achou da loja dos gêmeos? — ela perguntou e Erika começou a sorrir involuntariamente.

— Incrível, é uma boa mensagem querer fazer os outros rirem mesmo quando todos estão desmoronando. — a garota de olhos azuis sentou na beirada da cama olhando para Hermione. — Todo mundo merece se distrair em meio a tanta tragédia.

— Honestamente, é um bom lugar para ignorar o fato de que o Beco Diagonal é desolado. — Hermione murmurou, depois olhou para Erika sutilmente. — Vimos Draco por aí, você o viu?

— Não. — a garota de olhos azuis mentiu imediatamente. — Ele estava fazendo compras?

Hermione olhou para ela com um toque de tristeza e depois suspirou, ela sabia que estava mentindo para ela. Eles seguiram Draco após vê-lo andando de forma suspeita e, consequentemente, o ouviram conversando com Pansy e Erika. Eles não entendiam muito bem o contexto do motivo pelo qual Draco tratava Erika daquela maneira, mas parecia que os três filhos dos Comensais da Morte se entendiam perfeitamente.

E isso deixou Harry chateado.

— Acho que não, Harry queria segui-lo porque ele estava agindo de forma estranha. — Hermione explicou cruzando as pernas. — Ele entrou na Borgin & Burkes, havia algum tipo de reunião.

— Reunião?

— Sim, Parkinson também estava lá.

Nada Zabini? Sem as gêmeas Carrow? Nada Crabbe? Nada Goyle?

Apenas Malfoy e Parkinson.

— Por que você está me contando isso? — Erika franziu a testa levemente com curiosidade.

— É que... Pensei que você saberia de uma coisa. — Hermione admitiu, deixando os ombros caírem. — Você sabe que não é bom que haja reuniões entre Comensais da Morte ou suspeitos de Comensais da Morte hoje em dia... E já que você sabe um pouco sobre o tipo de coisas que eles fazem...

— Não sei, o que exatamente vocês viram?

— Além das pessoas que você viu nos cartazes de mais procurados, havia pessoas vestindo capas escuras com bordas douradas. Malfoy e Parkinson estavam parados na frente de algum tipo de guarda-roupa, parecendo um tanto aterrorizados. — a Grifinória começou a explicar, franzindo o rosto ao lembrar. — Eles levaram Draco para o armário e Pansy ouviu algo, ela parecia apavorada, mas uma mulher que estava ao lado dela a forçou a assentir.

Erika entendeu assim que ouviu falar das camadas escuras com bordas douradas. A mesma capa que seu pai uma vez usou na sua frente dizendo-lhe que ela deveria aprender como se comportar quando chegasse a sua hora.

Ela então se lembrou das roupas que ambos usavam quando conversaram perto da Travessa do Tranco, aquele vestido que Pansy usou na noite em que seu pai iria entregá-la a Voldemort.

Merda... Será que Draco Malfoy e Pansy Parkinson...?

— Eri? — Hermione perguntou, tirando-a de seus pensamentos.

— Ah, desculpe, eu estava tentando lembrar. — ela se justificou com uma risada nervosa, e depois pigarreou. — Não me lembro de ter visto algo assim, provavelmente é algo novo. Mas ainda parece preocupante, deveríamos tentar descobrir um pouco mais...

Hermione assentiu lentamente, olhando para o chão pensativamente. Erika se sentiu um pouco culpada por mentir para ela, mas não conseguia dizer nada com certeza. Ela tinha que descobrir primeiro o que havia acontecido de repente, chegar e deixar escapar que eles eram... Comensais da Morte era uma acusação terrível.

Ela tinha que conversar com um dos dois sonserinos e rezar para que seu pensamento não fosse verdade.

__________

Finalmente chegou o dia 1º de setembro e o Expresso de Hogwarts começou sua jornada saindo de Kings Cross.

Erika estava perdida em pensamentos depois do que aconteceu no Beco Diagonal, preocupando Hermione. Cada vez que perguntava a ela, a Lufa-Lufa se desculpava dizendo que estava nervosa em ver Susan depois do que aconteceu com sua tia. Não era mentira, depois de saber que seu pai havia sido o encarregado de ir procurar Amelia Bones, ela sentiu uma culpa enorme só de pensar em ver sua amiga.

— Eri, devemos ir ao compartimento dos monitores. — Ron mencionou quando Erika estava indo para o outro lado, Hermione seguindo seu caminho sem notá-lo.

— É obrigatório? — Erika reclamou, baixando a cabeça.

— Acredite, se não fosse eu também não iria para lá. — o ruivo riu, pegando o braço da garota de olhos azuis. — Vamos, vamos.

Os dois caminharam em direção a cabine dos monitores, esbarrando nos novos quintanistas e Ernie que já estava lá conversando com Padma Patil. Erika se aproximou do amigo que, assim que a viu, veio abraçá-la com força, quase a levantando do chão. As pessoas ao seu redor olhavam para eles com surpresa e estranheza, murmurando coisas sobre Erika e sua presença em Hogwarts.

— Fico muito feliz em saber que você está bem. — Ernie murmurou e depois se separou do abraço, com as mãos nos ombros da amiga. — Você tem que nos contar tudo o que aconteceu.

— Como está Susan? — Erika conseguiu perguntar, encarando o loiro.

— Ok, na cabine com Hannah e Justin. — ele confirmou, olhando em volta, franzindo a testa ao notar alguém entrando na cabine. — Achei que eles tinham voltado para onde pertenciam.

Erika se virou e ficou surpresa ao ver Leah Scamander entrar com um garoto da Corvinal. Claro, naquele ano sua prima estava na quinta série. Ela não achava que seria escolhida como monitora quando havia chegado recentemente à escola.

E se Leah estava em Hogwarts, significava que Alex também estava.

— Não importa, ignore-a. — Erika pediu, observando enquanto o monitor-chefe da Grifinória começava a dar instruções aos novos.

Olhando em volta ela percebeu que Pansy estava sozinha, ouvindo atentamente as instruções dadas aos quintos anos. Draco não estava em lugar nenhum, surpreendentemente. Ou talvez não muito. Ele estava entediado de ser monitor? Talvez ele gostasse mais da autoridade que tinha como membro do esquadrão de Umbridge.

Ou talvez ele tivesse coisas melhores em que se concentrar.

Quando lhes disseram quais carruagens cada uma deveria passar, Pansy saiu sem olhar para ninguém, sorte de Leah, que assim que a viu parou defensivamente esperando a sonserina explodir na sua frente. Nesse mesmo momento foi quando Leah e Erika trocaram olhares, a Lufa-Lufa imediatamente a afastou, deixando a Corvinal com palavras na boca, decidindo continuar seu caminho.

O caminho estava calma, quando o início do anoitecer podia ser visto pelas janelas, os dois lufa-lufas finalmente chegaram ao compartimento. Assim que Erika viu os cabelos ruivos de Susan sentiu uma vontade terrível de chorar, então quando Ernie abriu a porta ela se aproximou da amiga para abraçá-la com força, surpreendendo-a.

— Estou tão feliz que você esteja bem. — Erika murmurou, escondendo o rosto no pescoço da amiga. — Sinto muito...

— Fico feliz em saber que você está bem também, Eri. — Susan acariciou os cabelos da amiga com um sorriso terno. — Descobrimos sobre seu confinamento e o supressor porque a avó de Neville mencionou isso na frente de Hannah. Você está bem?

— Eu estou. Me desculpe por não ter te contado antes, não queria te preocupar.

— Ok, ficamos confortáveis ​​recebendo suas cartas. — Hannah comentou, e quando Erika olhou para ela a voz de seu pai ecoou em sua cabeça.

Comece a dizer adeus aos Abbotts e Macmillans.

— Você esteve bem? — Erika perguntou a loira nervosa.

— Bastante! Passei as últimas semanas de férias com minha mãe, estávamos conversando sobre o que faremos quando tudo sobre a guerra acabar. — Hannah comentou animada. — Ela te manda muitos cumprimentos, aliás. Ela diz que sente muito pelo quão injusto o ministério foi com você.

— Dessa forma? — Justin perguntou curioso.

— Mas eu te disse! — Ernie afirmou revirando os olhos. — O ministério considera Erika uma arma perigosa porque segundo eles, ela matou alguém inocente. Eles deram a ela algo que controla seu sangue.

— E você consegue ver? — Justin perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Se você quiser que eu tire a camisa aqui mesmo...

— Não, obrigado. — Justin interrompeu imediatamente, fazendo-a rir.

— Sim, mas podemos ver? — Hannah perguntou inclinando a cabeça.

— Por que você quer vê-la sem camisa? — Ernie perguntou confuso.

— Não é algo que eu não tenha visto antes. — Hannah revirou os olhos, erguendo os ombros, fazendo Ernie e Justin corarem. — Somos meninas! Temos a mesma coisa, além de nos conhecermos há anos. Não há vergonha. É totalmente normal.

— As meninas são estranhas. — Ernie murmurou, tentando não pensar na situação.

Erika riu e viu uma garota passar pela cabine e depois se virar, seus olhos se arregalaram de surpresa quando ela encarou Erika e bateu antes de abrir a porta.

— Com licença... Estou procurando Susan Bones e E-Erika Frukke... — ela hesitou, desviando o olhar da garota de olhos azuis enquanto estendia dois pergaminhos.

Assim que as duas os pegaram, a garota recuou rapidamente para o outro lado.

— O que é isso? — Justin perguntou, levantando-se para olhar o conteúdo do pergaminho.

— Não sei. — Erika murmurou abrindo.

Erika:

Gostaria que você viesse comer alguma coisa comigo no compartimento C.

Atentamente,

Professor HEF Slughorn.

— Quem diabos é Jeff Slughorn? -Hannah perguntou franzindo a testa.

— São suas iniciais, linda. — Susan suspirou, depois olhou para Erika. — Sabe de uma coisa?

— Ele é um professor novo, eu o conheci através de Dumbledore. — Erika disse um pouco confusa, guardando o pergaminho em sua jaqueta. — Te conto mais tarde. Vamos? — ela olhou para Susan.

A ruiva assentiu e as duas saíram do compartimento para irem para o compartimento C do expresso. Elas caminharam pelo corredor e ao passarem pelas cabines Erika percebeu alguns murmúrios dirigidos a ela.

Ela o matou.

O que ela está fazendo aqui se é uma assassina?

O sangue de Merlim? Meu pai diz que são desculpas para não fazer prisioneira a neta de Scamander.

Não acredito que ela tenha coragem de andar por aí com Bones depois do que aconteceu com sua tia.

Erika ia reagir à última coisa, mas imediatamente sentiu um aperto em seu pulso que a forçou a andar mais rápido. Ela viu como Susan estava com uma cara séria, olhando para frente, ignorando os olhares e sussurros que eram direcionados a ambas.

Assim que chegaram ao compartimento notaram que havia uma grande mesa com pessoas já sentadas, claramente elas não eram os únicos convidados e de uma forma ou de outra Erika ficou grata por isso.

— Ah, Erika Frukke! Entre. — Slughorn insistiu animado, levantando-se para se aproximar de Susan. — Você deve ser Susan Bones, sinto muito pela sua tia.

— Obrigada. — ruiva sorriu por cortesia.

— Sentem-se, por favor!

Erika olhou para algum lugar vazio e percebeu que Harry, Neville e Ginny estavam lá. Eles se cumprimentaram rapidamente, a garota de olhos azuis decidiu se sentar ao lado de Neville e Susan do outro lado. Quando ela olhou para cima notou que do outro lado da mesa estava Blaise Zabini, olhando para ela com curiosidade, ao lado dele, o garoto loiro de cabelos ondulados que ela tinha visto em Weasley's Wheezes. O mesmo que olhava para Hermione mais do que deveria.

— Todos já se apresentaram? — Erika perguntou em um sussurro para Neville.

— Só a grande maioria disse que faltavam alguns. — o garoto respondeu num sussurro meio trêmulo. — Por quê?

— Quem é aquele ao lado do Zabini? — Erika apontou o olhar para o garoto de cabelos ondulados.

— Ah, Cormac McLaggen. Ele está no sétimo ano, Grifinória. — comentou relaxando um pouco. — Não gosto muito dele, mas parece que o tio dele é importante no ministério. Por que a curiosidade?

— Nada. É que eu nunca tinha visto ele. — Erika minimizou quando a porta do compartimento se abriu novamente.

Dois ruivos entraram ao mesmo tempo, fazendo Ginny olhar discretamente para Erika.

Razão? Alex e Leah Scamander ficaram um tanto tímidos enquanto olhavam com sorrisos educados para Slughorn.

— Sinto muito pela demora, professor. Minha irmã estava terminando sua primeira patrulha como monitora. — Alex comentou, sua voz soava mais profunda que no ano anterior.

— Os irmãos Scamander! Vamos, vamos! — o professor insistiu e depois olhou para Erika. — Vocês são da família, certo? Primos, se não me falha a memória.

Os três se entreolharam por alguns segundos, Alex esperando encontrar algo em sua prima que lhe dissesse que ela havia lido sua carta, mas ele falhou. A indiferença nos olhos frios de Erika deu-lhe a resposta que ele não queria, mas procurava.

— Nós somos. — Leah concordou, sentando em alguns lugares livres longe de Erika.

— Andrew era um menino adorável. — Horace comentou nostalgicamente.

— Sim, bastante. — a garota de olhos azuis murmurou ironicamente, ganhando um golpe sutil de Susan.

Slughorn os incentivou a começarem a comer, era um banquete de comida bastante refinado para ser um jantar simples como o bilhete indicava. O homem começou a conversar com Susan, obtendo informações para saber se ela era tão talentosa quanto sua falecida tia, resultando em um sorriso satisfeito ao final da conversa. Até que seu olhar finalmente pousou em Erika.

— Sangue de Merlin. — ele murmurou com um sorriso quase orgulhoso. — Sei muito pouco sobre você depois do que conversamos quando nos conhecemos. Dizem que você é uma bruxa muito poderosa depois do que aconteceu no ministério.

Zabini foi ouvido bufando zombeteiramente, ganhando um olhar pesado de pessoas próximas à Lufa-Lufa.

— Muitas coisas aconteceram no ministério. — Erika simplesmente respondeu, perdendo todo o apetite só de lembrar do que aconteceu naquele dia.

— Eu estava contando a Harry, antes de você chegar, que houve uma grande comoção no ministério naquele dia e que você apareceu na primeira página de alguns jornais. Eles estavam, sem dúvida, lá, mesmo que você tenha saído inconsciente.

Erika apenas sorriu educadamente, ela não sabia o que responder, apenas olhou para ele e sorriu.

— É maravilhoso ter dois meninos cujas profecias são tão importantes!

— Não me lembro de ter ouvido nada relacionado a profecias. — Ginny comentou, fingindo surpresa. — Foi algo que foi visto?

— Não, claro que não. Mas o Profeta diz...

— As profecias são ambíguas, possivelmente o Profeta deveria aprender isso. — Alex murmurou, ganhando olhares curiosos. — Quer dizer... As profecias que o jornal fala não existem, ninguém as viu depois da batalha. Eles são apenas rumores.

Erika olhou para ele com a testa franzida, o que ele estava fazendo?

Slughorn ficou surpreso com as intervenções dos dois e começou a falar sobre como talvez o Profeta Diário tenha exagerado em algumas coisas, mas nem sempre, e então falou sobre como ele conhecia alguém que trabalhava lá e que tinha sido próximo dele em seu tempo como professor e assim por diante.

Erika não estava mais se sentindo confortável, ela queria ir embora.

Para sua sorte, um bocejo exagerado de Alex fez o professor perceber que já havia escurecido, conseguindo mandar todos de volta para seus carros para vestirem suas vestes.

— Tudo certo? — Susan perguntou a ela quando saíram de lá, notando o silêncio da amiga durante todo o jantar. — Acho que ele não entendeu que você não queria falar sobre isso.

— Não se preocupe, provavelmente não foi o que esperava e não vai querer me ver novamente. — a garota de olhos azuis murmurou ao ver a carruagem da Sonserina ao longe, para onde Zabini se dirigia.

E onde Zabini estava, estavam Pansy e Draco.

— Vá em frente, preciso conversar com Pansy sobre os NOMs.

Susan assentiu com desconfiança, observando enquanto sua amiga caminhava apressada em direção ao carro à frente.

Seus passos pararam quando a porta que dava para a carruagem da Sonserina parou de repente na frente dela, fazendo-a bater com o nariz. Por inércia ela se curvou devido à dor e sentiu as lágrimas começarem a se acumular em seus olhos, queimavam como nunca antes. Ao levantar a cabeça conseguiu ver uma espécie de fumaça preta se dissipando, abriu a porta depois de se certificar de que a dor no nariz havia diminuído.

Ela caminhou pelo corredor até conseguir ver os cabelos loiros de Draco, que assim que percebeu sua presença revirou os olhos irritado.

— O que estava faltando... — ela o ouviu dizer.

Pansy se virou confusa e franziu a testa ao ver como Erika chegou ao lado deles enquanto Zabini soltava uma risada zombeteira.

— Não se ache importante, eu não vim por você. — Erika disse imediatamente, olhando para Zabini que soltou um bufo irônico.

— Você acha que está se impondo agora, Frukke? Isso não vem até você. — o moreno disse com um sorriso torto.

A Lufa-Lufa revirou os olhos ao ouvir as palavras de Blaise e cruzou os braços para olhar para Draco, que retribuiu um olhar pesado e penetrante.

— Eu sei por que você está vindo. Não vou te contar nada, muito menos Pansy.

A Sonserina baixou o olhar e cerrou os punhos, sentindo um desconforto no peito, ela precisava tirar Erika dali. Ela não conseguiu descobrir nada.

— Você não é seu pai, Draco. Acho que isso é algo que você já deixou claro muitas vezes, certo? — Erika murmurou baixinho, tanto para que ninguém além deles ouvisse, quanto para que Draco percebesse o que ela suspeitava.

O loiro franziu a testa imediatamente, não estava gostando da atitude de Erika.

— Cala a sua boca. Ou o seu breve retorno para casa não foi suficiente para que você entendesse onde não enfiar o nariz? — o garoto cuspiu violentamente, fazendo Pansy olhar para ele horrorizada.

Mas Erika não foi afetada pelas palavras de Malfoy.

— Você tem apenas dezesseis anos, tem milhares de opções. Substituir seu pai não é o melhor deles.

– Ah, olhe. — o loiro assentiu zombeteiramente, depois olhou para Pansy. — O que você acha de ter opções, Pansy?

— Cala a boca, Draco. — Pansy rosnou furiosamente, levantando-se, surpreendendo tanto Erika quanto outras pessoas próximas.

E visitantes indesejados.

A Lufa-Lufa conseguiu ver pelo canto do olho como uma mala se movia no bagageiro acima da cabeça de Blaise, ela franziu a testa tentando decifrar se tinha sido imaginação dela ou não. Focada demais para perceber que ela não foi a única que percebeu isso.

Draco soltou uma risada zombeteira, insinuando que a intimidação de Pansy não o afetou nem um pouco.

— Já estamos chegando, você deveria ir em frente, Frukke. — o loiro murmurou, ignorando Pansy. — Lembre-se de cuidar dos seus amiguinhos.

A mandíbula de Erika apertou, olhando para o loiro.

— Cuidado com o que você diz. — Erika disse entre os dentes.

— E com quem você se relaciona? — Draco refutou imediatamente, inclinando a cabeça. — Você não quer que ele saiba, não é?

Erika abriu os olhos imediatamente, juntando as peças rapidamente, entendendo o que o menino queria dizer com aquelas palavras.

Merda, seu pai estava com eles naquela reunião.

A Lufa-Lufa bufou incrédula e saiu, ignorando os gritos de Pansy para Draco, ignorando o olhar de Tracey Davis. Ela fechou a porta da cabine lentamente, mas não antes de dar uma última olhada no bagageiro.

Ao voltar para a cabine onde estavam seus amigos, tirou o anel que Cedric lhe dera, colocando-o no bolso. Assim que o olhar curioso de Hannah caiu sobre ela, percebeu que seus amigos estavam usando suas vestes, exceto ela.

— Você está bem? Susan nos contou o que Slughorn estava dizendo. — Hannah olhou para ela com preocupação.

— Tudo certo. — Erika disse a ela, tirando sua bolsa para se trocar.

— Vá rápido, estou vendo Hogwarts ao longe. — Justin comentou e Erika assentiu.

A garota de olhos azuis correu rapidamente para se trocar e quando voltou o trem já estava parando. Hannah abraçou os ombros para que pudessem sair juntas, mas tudo o que Erika fez foi olhar para trás, tentando procurar alguém específico. Quando chegaram à saída, ele parou e começou a revistar os bolsos.

— Espere, acho que deixei cair o anel. — Erika exclamou assustada, verificando as mãos e os bolsos.

— O que? — Ernie perguntou inclinando a cabeça.

— Você deixou cair enquanto estava se trocando? — Susan propôs preocupada.

— É provável, vão em frente. Eu vou procurar. — Erika disse apressada, entrando novamente no trem.

Ela caminhou pelos corredores agora vazios enquanto tirava o anel do bolso do manto para colocá-lo de volta no dedo. Ela chegou na carruagem onde havia conversado com Draco e viu a mala se mover, ela estava com as cortinas fechadas assim como a porta. Erika abriu e você podia ver vazio, ou assim parecia.

Ela puxou sua varinha e se agachou de forma que a ponta tocasse o chão.

Homenum Revelio. — Erika murmurou, observando uma figura ser revelada no chão.

Ela se levantou com um suspiro, apontando para onde a figura era vista no chão.

Finite incantatem.

De repente a capa da invisibilidade foi expulsa, revelando Harry caído no chão com o nariz sangrando. O menino sentou-se com dor, a mão caindo até o nariz por causa do sangramento e então olhou confuso para a Lufa-Lufa.

— Como você me encontrou? — ele perguntou gemendo enquanto se levantava.

— Você deve aprender a ser mais sutil se quiser se esconder. — Erika guardou a varinha para tirar um lenço do bolso, entregando-o a Harry.

— O que você estava conversando com Malfoy? — ele perguntou estancando o sangramento do nariz com o lenço de Erika.

Erika apontou para o nariz sangrando do Grifinório com um olhar cheio de preocupação.

— Você ganhou isso por ser fofoqueiro. — Erika o lembrou seriamente. — Não é nada com que você deva se preocupar, eu queria saber das coisas assim como você.

Harry não acreditou nela, olhando para ela com desconfiança como nos outros dias depois do que viu e ouviu no Beco Diagonal.

A porta do compartimento se abriu e os dois se viraram rapidamente, a surpresa era evidente nos três rostos que agora se entreolhavam.

— E o que vocês estão fazendo aqui? — Tonks perguntou confusa, seu cabelo não era mais rosa e sim de um vermelho ardente.

— Acidentes. — Harry murmurou, e a auror finalmente percebeu seu nariz sangrando.

Ela se aproximou daquele de óculos e com um aceno de varinha, o nariz de Harry voltou ao seu lugar.

— Conte-me o que aconteceu no caminho. Vamos rápido, antes que percam o banquete. — ordenou a mais velha, saindo do trem sendo seguida pelos outros dois.

Os três desceram do trem e caminharam em silêncio em direção ao castelo. Enquanto caminhavam, Harry contou o que aconteceu para Tonks, que ouviu cada detalhe do ocorrido. Quando ele começou a falar sobre suas suspeitas de que Draco Malfoy era um Comensal da Morte, o estômago de Erika embrulhou e Tonks parou com uma cara de terror.

— É uma acusação muito forte, Harry. — Tonks pronunciou, olhando seriamente para aquele de óculos. — Acho que você ainda não sabe quem está recrutando crianças para seus planos.

— E se é isso que ele quer? Ele quer agentes dentro de Hogwarts, ninguém suspeitaria de nenhum aluno! — o Grifinório defendeu seriamente sua ideia.

Tonks suspirou pensativa, olhando para Erika que estava mais quieta do que o normal ao lado dela. Ela não omitiu nenhum comentário sobre a teoria de Potter e também não explicou nada sobre o motivo de estar com Harry.

— Olha, seja lá o que for, pode ficar tranquilo. Estaremos por perto, aconteça o que acontecer chegaremos em um segundo.

— Eles estarão por perto? — Erika perguntou confusa, saindo de sua linha de pensamento.

Tonks assentiu, olhando para frente e vendo a entrada do castelo se aproximando.

— Encomendas especiais. Devemos ficar de guarda dentro e ao redor de Hogwarts, inclusive Hogsmeade. — Tonks explicou, e assim que viu o brilho de dúvida nos olhos da Lufa-Lufa, ela assentiu. — Sim, Danielle também está por aí hoje.

— Ótimo, outra coisa que você não pode me contar. — Erika murmurou amargamente, fazendo a mulher mais velha franzir o rosto. Não era divertido ver uma Frukke furiosa.

Eles chegaram com sucesso ao castelo. Tonks se despediu e os dois caminharam em silêncio até a grande sala de jantar. Como a auror havia explicado a eles, havia pessoas do ministério vagando pelos corredores, e foram eles que tentaram acompanhá-los até a grande sala de jantar.

— Tenho pernas saudáveis ​​para andar sozinha. — Erika rosnou quando alguém tentou agarrar seu braço.

Harry reagiu da mesma maneira quando tentaram a mesma coisa com ele.

Assim que entraram na grande sala de jantar notaram os olhares de todos sobre eles. Os dois caminharam rapidamente até suas respectivas mesas, Erika sentindo vários olhares a seguindo até que ela se sentou.

— O que diabos aconteceu? Você foi fazer o anel do zero? — Hannah perguntou irritada.

— Não consegui encontrar. — Erika respondeu em um sussurro, notando como Hermione se virou para ela após falar com Harry.

— E o que aconteceu com Harry? — Justin perguntou ao ver o negro coberto de sangue.

— Eu me deparei com ele quando voltei, sei o mesmo que você. — Erika disse, encolhendo-se no lugar ao ser repreendida diretamente pelos amigos e indiretamente pelo olhar que Hermione lançava para ela de vez em quando. — Aconteceu alguma coisa importante?

— Slughorn será professor de poções. — Susan explicou observando os outros começarem a comer. Erika franziu a testa, perguntando silenciosamente sobre Snape enquanto olhava para a mesa dos professores. — Snape será uma defesa contra o professor de artes das trevas.

— Quem segue entende. — Ernie cantarolou, tirando um pedaço de torta de abóbora.

— Ele disse alguma coisa sobre os aurores que estão no castelo?

— Segurança. Ele disse que as coisas estavam difíceis e que precisávamos de apoio extra ou algo assim. — Justin murmurou, desviando o olhar da mesa da Grifinória, depois olhando para a amiga. — Ah, certo. Vimos Danielle montando guarda nos corredores, não sabia que ela estaria aqui.

— Nem eu. — Erika murmurou amargamente, ganhando olhares curiosos dos amigos. — Conto a vocês mais tarde.

Os quatro se entreolharam de forma estranha, Erika estava estranha. Não era mais estranha do que eles estavam acostumados, era mais... Estranha e diferente.

Erika estava diferente.

Quando retornaram para a sala comunal, os olhos de Ernie não se desviaram da amiga durante todo o caminho, tentando descobrir o que estava acontecendo com ela. Erika desaparecia de um momento para outro e quando voltava estava com o próprio Harry Potter coberto de sangue.

Assim que entraram na sala comunal, o loiro parou a amiga, que tinha a intenção de ir direto para o quarto dela.

— Qual é o problema? — Ernie perguntou diretamente a ela.

Susan, Justin e Hannah olharam entre eles com curiosidade. Era estranho ver Ernie tão sério e ainda mais quando se tratava de Erika.

— Do que você está falando?

— Não me venha com isso. Você guarda o anel de Cedric como algo sagrado e agora ele está perdido de repente?

Erika suspirou e encolheu os ombros.

— Bem, hoje foi a exceção. Errar é humano, certo?

—Sim, coincidência você acabou de perder o controle e quando volta chega com Harry cheio de sangue. — o loiro refutou, cruzando os braços. — Você está diferente, se não nos contar o que há de errado não poderemos te ajudar.

Erika suspirou derrotada, não havia nada a ganhar continuando a fingir. Seus amigos, especialmente Ernie, a conheciam muito bem para saber que algo estava errado com ela.

— Não há nada que você possa me ajudar, ok? — Erika murmurou desviando o olhar. — Eu sei que estou diferente, mas tem muita coisa acontecendo ultimamente e não sei como processá-las e muito menos como agir diante de tudo.

— E se você tentar nos contar um pouco? Talvez falar sobre isso faça você se sentir melhor. — Hannah propôs ternamente.

Erika olhou para eles, ela poderia fazer isso, mas tinha medo de exagerar e o pai descobrir. Ainda mais agora que estava claro que Draco estava com ele. Certamente ele passaria informações sobre o que acontece não só com ela, mas dentro de Hogwarts em geral.

Afinal, Nathaniel tinha mais de um objetivo.

Ela decidiu contar o que pudesse, desde o início de seu confinamento, até o dia em que recebeu o supressor e conheceu seu avô, evitando a conversa com seu pai e o fato de Snape a ter jogado de uma janela do terceiro andar, para terminar seus dias na toca.

Seus amigos a ouviram em silêncio e com atenção, processando o que havia acontecido em três meses e entendendo o motivo das ações da amiga. Além de ter aprendido milhares de coisas, ela estava passando por um processo onde estava aceitando o que carregava dentro de si e o peso que isso significava não só para ela, mas também para eles como seus amigos.

Erika tinha um fardo que não deveria carregar.

Um fardo que não permitiriam que ela carregasse sozinha.

E tivemos a conversa entre Hermione e Erika, mas não se preocupem, só porque não são oficiais não significa que não sejam alguma coisa. Não vai ser tirado os beijos delas, aliás elas terão vários.

Até breve! ❤️❤️

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